OLA!!! SEJAM BEM VINDOS

O Grupo de jovens AMA, é composto por 11 participantes: professor Heider Costa como assessor, os alunos do II ciclo - das respectivas séries 5ª e 6ª, Hairan - Coordenador, João Vitor, Bruna, Gustavo, Hérika, Gabriel Simão - Coordenador, Bruno, Thainá e Charles - Coordenador.

Temos como ponto chave para o bom andamento de nossas atividades, o dinamismo, a participação e a atenção aos problemas relacionados ao meio ambiente.

Sonhamos alto, temos muitos projetos e precisamos de parceiros para essa causa.

Quer ser um amigo do meio ambiente? então participe do nosso blog com sugestões de notícias para a atualização diária e divulgue entre professores, amigos e grupos que tenham o mesmo propósitos.

VENHAM, CONTAMOS COM VOCÊS!!!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Notícia do dia!

Belo Monte. ofensiva macabra para sentenciar a morte do rio Xingu.
      Diversas entidades e organizações que lutam contra a hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, organizaram um manifesto que aponta as ilegalidades que envolvem a assinatura da concessão de Belo Monte. Segundo o documento, a "assinatura da Concessão de Belo Monte é mais uma ofensiva macabra para sentenciar a morte do rio Xingu".
Eis o manifesto.
      Os funcionários do Planalto ainda não terão limpado os restos da festança que comemorará o retorno do Presidente da República ao seu Palácio nesta quarta, dia 25, e o governo federal assinará a sentença de morte do Xingu e a expulsão de milhares de cidadãos de suas casas, o pouco que ribeirinhos e pequenos agricultores das barrancas do rio podem chamar de seu.
      Num ato de escandalosa afronta a convenções internacionais de direitos humanos, à legislação brasileira e à Constituição do país, o governo firmará, nesta quinta, 26, o Decreto de Outorga e o Contrato de Concessão da UHE Belo Monte com o Consórcio N/Morte Energia no Palácio do Planalto.
      A assinatura ocorrerá antes do Ibama ter concedido a Licença de Instalação à obra, que, por lei, deve anteceder mesmo o processo de licitação (artigo 4 da resolução 006 do CONAMA), e enquanto ainda tramitam na Justiça 15 Ações Civis Públicas contra a Licença Prévia, contra o leilão e por violação de Direitos Humanos e Constitucionais das populações ameaçadas.
      Neste ato, serão rasgados acordos internacionais como a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas e a Convenção sobre Diversidade Biológica, que exigem o consentimento livre, prévio e informado dos Povos Indígenas e Comunidades Locais em caso de empreendimentos que afetem suas vidas.
      Será consolidado um procedimento que ressuscitou um autoritarismo aterrador por parte do governo, que instou o Tribunal Regional Federal a derrubar sem a mínima avaliação dos argumentos jurídicos três liminares concedidas pela Justiça Federal contra a obra e o leilão, constrangeu procuradores do Ministério Público Federal através de ameaças abertas por parte da Advocacia Geral da União, e avalizou um projeto que custará mais de 19 bilhões de reais – a maior parte advinda de fundos públicos como o BNDES e de fundos de pensão - sem a menor garantia de viabilidade econômica, representando uma grave ameaça ao erário público.
      Há mais de um ano atrás, em julho de 2009, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu em audiência representantes da comunidade científica, lideranças indígenas e sociais e o bispo da Prelazia do Xingu, Dom Erwin Kräutler, e garantiu textualmente a seus interlocutores que não lhes “enfiaria Belo Monte goela abaixo”. Também se comprometeu a responder algumas questões, que lhe foram enviadas por carta posteriormente:
- O que diz Lula ao Brasil sobre a ineficiência energética da usina, que na maior parte do ano só produzirá 40% da energia prometida?

- Que garantias Lula dá às populações do Xingu de que não serão construídas outras três usinas – Altamira, Pombal e São Felix do Xingu – no rio?
- O que diz Lula sobre os impactos às populações indígenas?

- Qual o número de atingidos pela obra que serão deslocados de suas casas?
- O que será da população dos 100 km da Volta Grande do Xingu que secarão com Belo Monte?

- O que diz Lula sobre a pressão populacional que a região sofrerá com a migração de milhares de pessoas para Altamira, em busca de emprego e oportunidade?
- Qual é, afinal, o custo da usina?

- Qual será a tarifa cobrada da população brasileira pela energia produzida por Belo Monte?

      Estas perguntas nunca foram respondidas pelo presidente. Não foram respondidas satisfatoriamente por ninguém. As populações ameaçadas, todos nós brasileiros, fomos escanteados, desrespeitados em nossos direitos, tivemos nossas leis pisadas na lama e nossos direitos ridicularizados.
     A assinatura do Decreto de Outorga e do Contrato de Concessão da UHE Belo Monte, um dos primeiros atos oficiais no reluzente e recém-reinaugurado Palácio do Planalto, deixará uma mancha macabra e feia. Mas não extinguirá a resistência de indígenas, ribeirinhos e pequenos agricultores que lutam por suas vidas no Xingu, e por tudo que o rio e as matas são para eles e para nós: garantia de futuro. Vergonha sobre o governo! Belo Monte não passará!
Assinam:

Dom Erwin Kräutler, bispo da Prelazia do Xingu

Movimento Xingu Vivo para Sempre - MXVPS

Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira - COIAB

Conselho Indigenista Missionário - CIMI

Rede Fórum da Amazônia Oriental - FAOR

Comitê Metropolitano Xingu Vivo para Sempre, Belém/PA

Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos – SDDH

Instituto Amazônia Solidária e Sustentável - IAMAS

Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé

Instituto Socioambiental - ISA

Society for Threatened Peoples International

Instituto de Estudos Socioeconômicos - INESC

Instituto Terramar

Justiça Global

Rede Brasileira de Justiça Ambiental

Instituto Humanitas

Associação Floresta Protegida - Mebengokré/Kayapó

Instituto Ambiental Vidágua

Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB

IBASE

Centro Legal de Defensores do Meio Ambiente - EDLC

Survival International

FASE AMAZÔNIA

Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia - MAMA

Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense - FMAP

Articulação de Mulheres Brasileiras - AMB

Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará – CEDENPA

Terra de Direitos

Fundação Tocaia

Campa - Cooperação Associativo Ambiental Panamazônica

Fórum Carajás

Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais

Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul - PACS

COMITÊ-DOROTHY

OPERAÇÃO AMAZÔNIA NATIVA – OPAN

Associação Civil Alternativa Terrazul

REDE SOCIAL DE JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS

Centro de Defesa dos Direitos Humanos

Educação Popular do Acre-CDDHEP

Articulação de Mulheres Negras da Amazonia Brasileira - FULANAS

Rede Jubileu Sul Brasil

Rede Jubileu Sul Américas

Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul - PACS

Forum Mudanças Climáticas e Justiça Social

Assembléia Popular Nacional

Grito dos Excluídos

Sindicato dos professores de Nova Friburgo e região
“Toda vez que nos unimos reforçamos nosso movimento. Temos que continuar lutando pela vida, pela cultura e biodiversidade e floresta; os velhos, os jovens e as gerações futuras não desistirão nunca da luta contra Belo Monte!" - Cacique Raoni Metuktire, Altamira, agosto de 2008.



quarta-feira, 18 de agosto de 2010

21 de agosto...

A partir de 21 de agosto, humanidade estará consumindo as reservas ecológicas da Terra

      Em poucos dias, no dia 21 de agosto, teremos desperdiçado todo o capital que o planeta colocou à nossa disposição neste ano. Teremos utilizado toda a água que se recarrega espontaneamente nas camadas subterrâneas, as ervas que os campos produzem, os peixes do mar e dos lagos, as colheitas das terras férteis, o frutos dos bosques.
      E, ao mesmo tempo, teremos exaurido o espaço útil para amontoar os nossos detritos, começando pelo gás carbônico que está desencadeando o caos climático. A partir do dia 22 de agosto, se deveria declarar a falência ecológica da espécie humana.
     A reportagem é de Antonio Cianciullo, publicada no jornal La Repubblica, 17-08-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
    Mas, visto que parar é impossível, e as alternativas continuam na gaveta, resolveremos o problema repassando a conta para os nossos netos: deslocaremos o problema para o futuro. Pegaremos a água que corre nos depósitos fósseis, aqueles que não se alimentam com as chuvas. Forçaremos o ciclo do pastoreio sacrificando os campos no deserto. Esvaziaremos mares e rios das várias formas de vida, retirando mais do que a restituição geracional oferece. Continuaremos perdendo uma superfície florestal igual a 65 campos de futebol por minuto. E deixaremos que os gases poluentes invadam a atmosfera, prendendo o calor sobre a nossa cabeça e multiplicando as enchentes e os incêndios.
    O alarme vem da Global Footprint Network, que há muitos anos calcula a pegada ecológica que corresponde aos vários estilos de vida. Se todos vivêssemos como os cidadãos dos EUA, precisaríamos de outros quatro planetas para satisfazer as nossas exigências. Se vivêssemos como os ingleses, seriam necessários outros dois países e meio. Os italianos consomem um pouco menos, mas também precisamos de um suplemento igual a mais de um planeta e meio. Para chegar a uma média per capita (embora uma média temporária, dada a taxa de crescimento), deve-se tomar os chineses como ponto de referência. Os indianos, ao contrário, usam aquilo que precisam e deixam os recursos de mais de meio planeta à disposição de outras espécies.
     Tirando as somas globais, descobre-se que hoje já se consomem os recursos de um planeta e meio, e a taxa de voracidade continua aumentando. Por milhares de anos, os seres humanos satisfizeram suas necessidades utilizando só os juros do "capital natureza". O limite crítico – o momento em que a demanda de serviços ecológicos superou a taxa com a qual a natureza os regenera – foi tocado no dia 31 de dezembro de 1986. Em 1987, o a linha vermelha caiu no dia 19 de dezembro. Em 2008, ficamos na estaca zero no dia 23 de setembro, enquanto em 2009 o Earth Overshoot Day foi alcançado no dia 25 de setembro. Neste ano – também por força de um cálculo mais sistemático dos campos efeticamente disponíveis –, teremos que começar a pedir empréstimos a nossos netos já no dia 21 de agosto.
     "Se uma pessoa gastasse o seu salário anual inteiro em oito meses, teria que estar muito preocupada", comentou Mathis Wackernagel, presidente da Global Footprint Network. "A situação não é menos alarmante quando tudo isso ocorre com o nosso crédito ecológico: as mudanças climáticas, a perda da biodiversidade, a falta de alimentos e de água demonstram que não podemos continuar financiando os nossos consumos endividando-nos. A natureza está prestes a perder a confiança na nossa conta ambiental".
Porém, como nota Roberto Brambilla, que trabalha no cálculo da pegada ecológica para a rede Lilliput, para começar a reduzir o nosso impacto no ambiente basta pouco: comer menos carne, preferindo a do circuito biológico, utilizar bicicleta ou metrô algumas vezes, usar fontes renováveis. A soma de milhares desses pequenos gestos faz a diferença entre os consumos de um norte-americano (que tem uma pegada ecológica de nove hectares) e o de um alemão, que é de quatro hectares.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Plesbicito sobre o Limite da Terra

A propriedade da terra deve ser limitada?

Nos dias 1 a 7 de setembro realiza-se o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra, promovido pelos movimentos sociais, pastorais sociais, centrais sindicais que juntamente com outras entidades constituem a Campanha Nacional pelo Limite da Propriedade da Terra.
Na edição desta semana a revista IHU On-Line debate o tema central desta inciativa popular. Especialistas de diferentes áreas do conhecimento contribuem na discussão.

Na opinião do advogado Jacques Alfonsin, tanto a reforma agrária quanto a limitação da propriedade da terra são requisitos para que se faça justiça no campo. Além disso, afirma que o poder público privilegia o agronegócio em detrimento da agricultura familiar. Martinho Lenz, jesuíta e sociólogo, localiza a origem obscura do latifúndio brasileiro, parecidíssima “com a legalização de um roubo”.

Sérgio Sauer, filósofo e teólogo, afirma que limitar a propriedade é democratizar o campo e a sociedade em seu contexto mais amplo. Para o advogado Fernando Prioste, o plebiscito de setembro servirá para colocar em evidência a altíssima concentração fundiária no Brasil. Limitar a propriedade e cumprir a função social da terra promoverá a distribuição de renda, acredita. O sociólogo Zander Navarro apresenta o contraponto da edição, destacando que limitar a propriedade da terra é uma “insanidade”. Colocar em prática essa ideia comprometeria a produção agropecuária no Brasil.

Recentemente, por ocasião do lançamento do importante livro Jesus. Aproximação histórica, de José Antonio Pagola (Petrópolis: Vozes. 2010), esta revista dedicou uma edição às pesquisas sobre o Jesus histórico. A entrevista com o Geraldo Dondici Vieira, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), complementa aquela edição.

Na primeira semana de agosto estiveram reunidos no Instituto Humanitas Unisinos – IHU os diretores dos centros de pesquisa e ação social dos jesuítas latino-americanos. Nesta ocasião dois jesuítas, um mexicano e outro espanhol, radicado na Índia, concederam duas breves entrevistas. O primeiro, jXel, nascido Gerónimo Hernández, narra a sua trajetória junto às comunidades indígenas no México. O segundo, Fernando Franco, até recentemente coordenador dos trabalhos sociais da Companhia de Jesus no mundo, partilha algo da sua experiência com os ‘dalits’, na Índia.

Dois artigos e uma entrevista completam a edição. “Cultura Religiosa e digital“, de Eduardo Gabriel, sociólogo, professor da Universidade de São Paulo – USP, e “Os fenômenos midiáticos mundiais produzidos por espectadores: a inversão de papéis” de Maíra Bittencourt, mestranda em comunicação na Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos e membro do Cepos – Grupo de Pesquisa Comunicação, Economia Política e Sociedade. Kierkegaard e Dogville: a desumanização do humano é o tema da entrevista de Fransmar Barreira Costa Lima, filósofo, professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB.

Mundo

Mundo pode ter "buraco" na proteção ao clima

É cada vez maior entre negociadores internacionais o sentimento de que o mundo ficará sem um acordo de proteção ao clima por algum tempo após 2012, quando expira a primeira fase do Protocolo de Kyoto.
A reportagem é de Cláudio Angelo e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 16-08-2010.
Brasileiros ligados à discussão ouvidos pela Folha afirmam que seria ambicioso demais até mesmo ter o desenho do novo acordo pronto na conferência de Cancún, em novembro.

No máximo, alguns pontos pendentes desde a malfadada conferência do clima de Copenhague seriam resolvidos neste ano.
ADIAMENTO
O debate mais importante -quanto os países se dispõem a cortar em suas emissões de gases de efeito estufa - só começaria no ano que vem, na reunião da África do Sul. E nada garante que ele seja resolvido lá.
Como leva um tempo entre a adoção de um acordo internacional e sua ratificação pelos parlamentos dos países (Kyoto, por exemplo, levou oito anos para ser ratificado), dificilmente um tratado entraria em vigor em 2013.
É o que os especialistas chamam de "buraco de implementação".
"Isso teria impactos na luta contra o aquecimento global, sobre o mercado de carbono e sobre o próprio mercado", diz Luiz Alberto Figueiredo Machado, negociador-chefe do Brasil.
Segundo ele, o buraco de implementação poderia sinalizar para a economia que tecnologias limpas não são uma prioridade de investimento, retardando sua entrada no mercado.
Foi o que aconteceu com o setor de energia limpa nos EUA em 2001, depois que o presidente George W. Bush rejeitou Kyoto.
"Quero que em Cancún sejam dados passos na direção certa, independentemente de chegarmos ao resultado ou não", afirma Figueiredo.
O problema é que "ninguém consegue entrar em acordo sobre qual é o caminho", diz o cientista político David Victor, da Universidade da Califórnia em San Diego, nos EUA.

A CURTOS PASSOS

"O buraco é muito mais do que de implementação. Há um vácuo internacional de governança", afirma Victor. Nesse vácuo, diz, será difícil levantar dinheiro para projetos como para redução de emissões por desmatamento.

Cancún pode ter avanços: é possível que seja anunciada a criação de centros regionais de tecnologias limpas, que usariam a verba de US$ 30 bilhões até 2012 combinada em Copenhague. Mas o principal avanço, paradoxalmente, deve ser a morte oficial do Acordo de Copenhague.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Aquecimento Global

Acompanhe este debate sobre o aquecimento global, depois dê sua opinião.

A maioria dos pesquisadores não hesita em atribuir à ação humana o aquecimento global verificado nas últimas décadas, mas alguns cientistas discordam. Os dois pontos de vista foram confrontados em um debate que mobilizou a plateia na reunião anual da SBPC.

A reportagem é de Bernardo Esteves e publicada pela Ciência Hoje On-line, 29-07-2010.
Depois da discussão acalorada sobre transgênicos no primeiro dia da reunião anual da SBPC, foi a vez do aquecimento global. O papel do homem nas mudanças climáticas foi o tema escolhido para a segunda edição do “Ciência em ebulição” – um debate destinado a confrontar pontos de vista antagônicos sobre questões polêmicas da ciência.
De um lado do ringue, tínhamos a visão mais hegemônica sobre o tema – aquela que atribui o aumento da temperatura global verificado nas últimas décadas à ação do homem, por meio da emissão de gases do efeito-estufa (gás carbônico e metano, entre outros) lançados na atmosfera principalmente pela queima de combustíveis fósseis e pelo desmatamento.

Para defender esse ponto de vista, foi escalado um dos cientistas brasileiros mais destacados no estudo dessa questão – o físico Paulo Artaxo, professor da Universidade de São Paulo e membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), time internacional de cientistas reunido pela Organização das Nações Unidas para investigar o tema.
Para confrontá-lo, o escolhido foi o meteorologista Ricardo Augusto Felicio, professor do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP). O formato da discussão – novidade nesta edição da reunião anual da SBPC – foi inspirado nos debates eleitorais. Cada debatedor teria vinte minutos para uma exposição inicial.

Em seguida, eles fariam perguntas um ao outro e receberiam questões do público, antes de fazer suas considerações finais – sempre com tempo limitado, marcado por um grande cronômetro digital postado no centro do palco.
Confronto de argumentos
O debate propriamente dito não trouxe grandes surpresas na argumentação de ambos os lados. A exposição de Artaxo foi marcada pela apresentação de gráficos que mostram o paralelo entre o aumento da temperatura global e outros indicadores e o aumento da concentração de gases-estufa na atmosfera desde a Revolução Industrial, sublinhando a ação humana nas mudanças climáticas.
Todos os indicadores que mostrei têm tido crescimento exponencial, e isso tem um grande impacto sobre o funcionamento do sistema climático", afirma Artaxo. "A humanidade está mudando a face do nosso planeta de forma inequívoca."
Já a fala de Ricardo Felicio buscou contestar os dados apresentados por Artaxo. Na avaliação do meteorologista, o aumento da temperatura apontado pelo IPCC é fruto de uma variabilidade natural do sistema climático e pode ser atribuído a ciclos solares, vulcões e outros fatores naturais. Felicio vê ainda falhas nas projeções para o futuro do clima. “O modelo do IPCC tem erros epistemológicos graves”, acusa. “O que está errado é o modelo, não o clima.”

Para o meteorologista da USP, o grande barulho feito em torno do aquecimento global teria por fim impor ao mundo tecnologias verdes caras produzidas pelos países ricos e manter subjugadas as nações subdesenvolvidas. “Trata-se da imposição de um ecoimperialismo”, afirma.
O confronto dos pontos de vista se exacerbou na hora do debate. O público se inflamou, e manifestações acaloradas contestaram os argumentos de Felicio. “Então os cientistas do IPCC são um bando de idiotas?”, disparou alguém da plateia. Do auditório, o glaciólogo Jefferson Simões pediu a palavra e manifestou seu repúdio à posição defendida pelo meteorologista da USP.

Discussão válida?
O debate mobilizou a plateia, mas até que ponto jogou luz sobre os aspectos da ciência do clima que dividem alguns cientistas? A discussão foi positiva ao mostrar que a ciência não é feita de certezas ou consensos e que a construção dos fatos científicos envolve uma árdua negociação entre os pesquisadores.

Por outro lado, a polarização excessiva dos pontos de vista tendeu a resumir uma discussão complexa sobre o sistema climático do planeta a uma única questão – o aquecimento é ou não fruto da ação humana?

Em conversa com a CH On-line ao final do evento, Ricardo Felicio fez uma avaliação crítica sobre a forma como o debate foi conduzido. “O formato é válido, mas deveria haver mais pessoas dos dois lados, e não se fazer uma inquisição da pessoa que está lá debatendo”, avalia. “Em nenhum momento ofendi ninguém, mas fui desqualificado como pesquisador o tempo todo.”
 O mediador do evento – o biólogo Adalberto Val, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) – atribui as queixas de Felicio à natureza pouco científica de suas alegações durante o debate. “Precisamos trazer para a discussão informações científicas, e não achismos ou dados que não tenham passado pelos processos de revisão científica”, alfineta o biólogo – que teve sua escolha como mediador criticada por Felício. Para o meteorologista, ele estava alinhado com os defensores da ideia de que o aquecimento global é devido à ação humana.
Em todo caso, Val se mostrou entusiasmado com o formato do “Ciência em ebulição”. “Esse modelo é fantástico e deveria ser implantado de forma definitiva nas reuniões anuais da SBPC”, avalia. “Sem sombra de dúvida, as cerca de 200 pessoas que assistiram ao debate saíram dali mais bem informadas do que estavam quando chegaram.”

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Piadas ecológicas

1. Duas pulgas, mãe e filha, passeavam distrídas pela beira do cais, quando a filha observou que estava escurecendo e erguntou à mãe: - Já é noite, como iremos para casa? E a mãe respondeu: - Não te preocupes minha filha, vamos pegar um cochorro!

2. Um menino dormia de boca aberta, quando um ratinho entrou nela e foi-se. A mãe do menino, desesperada, levou-o ao médico, que receitou-lhe um gato de hora em hora, até o rato sair.

3. Olá Gervásio, por que você colocou esta placa "Cuidado com o cão" em frente da sua casa, se o seu cachorrinho é tão pequeno? Ué, tenho medo que pisem em cima dele!

4. Dois ratos entraram num cinema e foram direto para a sala de projeção e roeram um rolo de filme todinho. Quando acabaram de roer, um perguntou para o outro: - Você gostou do filme? - Não, gostei do livro.

A Amazônia ainda é nossa?

    Jornal Ecológico

    Segundo J.G. Ribeiro, colunista do Jornal Ecológico de São Leopoldo, de um lado os ambientalistas, de outro os ruralistas, e no meio os deputados querendo agradar uns e outros. Estamos nos referindo à Lei número 4.771, de 15 de setembro de 1965, reguladora Código Florestal Brasileiro, que encontra-se da iminência de ser destroçado por uma comissão incompetente, criada para alterar o conteúdo desta Lei, em favor dos interesses de meia dúzia de plantadores de soja e criadores de gado, que querem fazer da nossa Amazônia uma imensa fazenda de agropecuária, em detrimento dos benefícios que aquela área verde traz para o Brasil e para o mundo. Já é notório o comportamento adverso do clima brasileiro, em consequencias das devastações desordenadas, aliadas às gigantescas queimadas que são detectadas pelos satélites diariamente. Apesar de estarem comemorando um plano de combate a incêndios provenientes dessas queimadas, os bons resultados do Programa Amazônia Sem Fogo, que encontra-se há dez anos implantando, o avanço da destruição deliberada e apoiada pelas autoridades afins, tornam insignificantes esses índices de redução das queimadas, ainda mais que são índices localizados.

    Será que vale apena tantas Leis que nossos políticos fazem? Opine.